Sobre a memória e o arquivo 9 MAI - 25 MAI 2014 I FESTimagem, Festival Internacional da Imagem, GLOC - Espaço Global de Cultura Águas da Prata, SP, Brasil Ana Viotti / Daniel Antunes Pinheiro / Francisca Veiga / Maria Leonardo Cabrita/ Inês d Orey / Curadoria Isadora H. Pitella
00/00/00, 2010/11 Fotogramas, gelatina e prata s/papeis baritados, 40,6x50,8 cmPhotograms, gelatine silver prints on baryt papers, 16x20 inch
|
Sobre a memória e o arquivo 19 FEV - 31 MAR 2014 MuMA – Museu Metropolitano de Arte de Curitiba, PR, Brasil Ana Viotti / André Princípe / Daniel Antunes Pinheiro / Diogo Simões / Francisca Veiga / Frederico Malaca / Inês d Orey / José Pedro Cortes / Maria Leonardo Cabrita/ Miguel Godinho / Curadoria Isadora H. Pitella |
00/00/00 9 FEV - 16 MAR 2012 Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, sala de leitura Daniel Antunes Pinheiro Organização José Luis Neto |a imagem contextualizada| |
00/00/00 Onze fotogramas de jornais diários de distribuição gratuita que Daniel Pinheiro recolheu ao longo de um ano, e dos quais meticulosamente retirou todas as imagens e eliminou a possibilidade de ler qualquer notícia, fazem-nos regressar à origem da imagem que encontra os seus argumentos na ontologia do contacto e na tactilidade a que ela convida. E se o contacto é aqui entendido como condição teórica e operativa do signo que mantém com a coisa uma relação física de causalidade, dela se constituindo um índice, a tactilidade pressupõe o exercício do sentido do tacto que, quando toca, estabelece um contacto. A matéria e o processo são os da fotografia. Matrix ou a redução da fotografia à absoluta simplicidade das aparições, como matéria que sedimenta e processo de impressão que simultaneamente molda e revela a configuração do vestígio em que elas se constituem. Vestígio de um vestígio porque os jornais, colocados sobre a superfície fotossensível e diretamente iluminados, são o que restou da ausência das imagens, documentos ainda no seu sentido original de prova e indício, mas para melhor o negar, no registo ininteligível dos dias ou do que neles constituiu notícia. É nesse sentido que o jornal e a fotografia partilham o valor indicial de um nada e de qualquer coisa indecidível, ambos sujeitos a um mesmo princípio de negação que conduz o objecto ao absoluto da sua presença circunscrita à presença do objecto fotográfico. É também nesse sentido que o que adere a esse objecto é o que nunca esteve lá, o que havia desaparecido na primeira ausência da imagem e que, na segunda, corresponde à comparência do papel sensibilizado por subtração, que é a ação da imagem que se retirou. Desse princípio de negação – o da subtração que conduz à prova do nada a que a imagem se reduz –, onde o preto e o branco são o simétrico visível do mesmo desaparecimento, surge a evidência espectral da fotografia em geral e destes fotogramas em particular. Num movimento idêntico, o título tanto anuncia o registo ou a inscrição (matrícula ou matrix) que nada identifica porque nada permite reconhecer, como pode anunciar a potência contida na forma provável de um número de série e no início que a decide ou, finalmente, a numeração sequencial que infinitamente faz do tempo uma sucessão de dias e de cada dia a representação de um tempo que se manuseia como um jornal ou uma fotografia. Maria João Gamito
|
26/2/10 |
15/3/10 |
16/4/10 | 3/5/10 |
2/6/10 | 22/7/10 | 2/9/10 | 25/10/10 | 18/11/10 | 13/12/10 | 12/1/11 |
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário